Com mais de cinco mil anos de história, a culinária grega tem como ponto marcante o uso de ingredientes naturais, preservando o sabor, o aroma e as cores vibrantes dos alimentos.
Tipicamente mediterrânea, saudável, com pratos coloridos, rica em sabor, aromática, farta e criativa, a gastronomia grega chama a atenção dos turistas e chefs de cozinha de todo o mundo. Essas características são conquistadas em especial pelos ingredientes frescos e in natura, ponto marcante da culinária da Grécia. “Os gregos trabalham com o que têm, o que plantam, pescam, cultivam e criam. É uma cozinha mais orgânica, natural”, destaca Mariana Camargo Fonseca, chef dos restaurantes gregos Myk, Kouzina e Acrópoles.
É considerada uma das cozinhas mais saudáveis do mundo, pois, além das verduras, legumes e frutas, utiliza carnes, peixes e frutos do mar, geralmente grelhados, e muito azeite. Há pouca fritura e as massas, na maioria, são leves e suculentas. O hábito de incluir uma grande variedade de insumos nos pratos e o tempo longo que os gregos levam à mesa comendo devagar faz toda diferença. “A Grécia atrai muitos turistas também por sua culinária farta, colorida, saudável e saborosa. O famoso ritual grego de comer e beber sem pressa também chama a atenção”, conta a chef Helena Dimitrios Roditis, proprietária da Gioconda Heleniká, primeira pizzaria grega do Brasil.
Uma refeição típica grega é um verdadeiro ritual, até o café da manhã vai muito além do café com pão. Todos os pratos acompanham pães e vinho. E depois de um belo prato principal haverá, sem falta, uma boa sobremesa ou doce, seguida de um descanso pós-almoço demorado. “Um grego nunca senta à mesa para uma simples refeição, feita lentamente, com uma grande variedade de pequenas porções de várias preparações. Isso é viável por conta do hábito da siesta obrigatória com lei do silêncio entre 14:00 e 16:00hs”, descreve o personal chef Kostas Frantzezos, especializado em Cozinha Grega e Contemporânea.
O azeite é um dos ingredientes mais marcantes. Em seguida vem os peixes e frutos do mar, como marisco, polvo e lula, e carnes de cordeiro, suína, cabras, ovelhas, cabritos, frango e coelhos, somente animais pequenos, porque a região não tem grandes espaços para criação de gado, sendo as carnes de boi raras. “Nas illhas gregas predominam as espécies marítimas, como os peixes azuis e robalos, e os frutos do mar, principalmente os cefalópodes, polvos e lulas”, ressalta Helena Dimitrios Roditis.
“Aves também são muito presentes na culinária grega. Os peixes não predominam, mas o consumos por habitante é cinco vezes maior que no Brasil. Os gregos procuram sempre comer de tudo um pouco, tem o dia da carne branca, dia dos peixes, da carne vermelha e os dias sem carne, sempre tudo muito equilibrado”, completa Kostas Frantzezos.
Para compor os pratos são utilizados muito tomate, pimentão, cebola, berinjela, batata, abobrinha, vagem e quiabo, assim como feijão branco, grão de bico, azeitona, em particular a tipo kalamata, e folhas de uva, temperados com tomilho, orégano e ervas finas. O mel e o iorgute natural completam a lista, juntamente com o limão. Frutas frescas e secas, como nozes, amêndoas e pistache, também estão bem presentes nos pratos gregos. Destaque para os queijos, de cabra e o queijo feta, e para o pão pita (semelhante ao pão sírio).
Exemplos de pratos da gastronomia grega:
Moussaka: Uma espécie de lasanha com camadas intercaladas de berinjela grelhada, batatas fritas, molho bolonhesa (feito com carne de carneiro, cravo e canela), cobertos com bechamel temperado com noz moscada, gratinado ao forno.
Tzatziki: Pasta de iorgute ou coalhada seca com pepino, alho, azeite e hortelã.
Pastitsio: Macarrão com carne de carneiro moída e bechamel.
Skordalia: Purê de batatas, alho, nozes, amêndoas e azeite.
Spanakopita: Massa filo com recheio de espinafre.
Fonte: http://www.foodmagazine.com.br/food-service-noticia-gastronomia-pelo-mundo/gastronomia-grega