Grécia e credores chegam a acordo sobre novas reformas
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A Grécia e os credores da zona euro acordaram sobre uma nova série de reformas para que sejam libertados mais dois mil milhões de euros, da ajuda de 86 mil milhões de euros decidida no verão.
Chegámos a acordo sobre o próximo pacote de medidas que vão ser implementadas, espero que até meados de outubro, para permitir a libertação de dois mil milhões de euros” antes do final do ano, disse em conferência de imprensa, no Luxemburgo, o presidente do eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.
Os credores de Atenas vão realizar uma avaliação ao programa de reforma ainda este mês.
O eurogrupo fez esta segunda-feira um balanço sobre a implementação das medidas solicitadas a Atenas em troca de ajuda financeira, enquanto o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, apresentava as grandes linhas da sua política económica e social para os próximos quatro anos no parlamento grego.
Até ao final deste mês, o Governo grego vai precisar de adotar um orçamento retificativo para 2015, novos cortes nas pensões, uma reforma do imposto sobre os rendimentos e um aumento da carga fiscal dos agricultores.
Desde o verão, Atenas já recebeu 13 mil milhões de euros, mas aquele montante foi utilizado principalmente para reembolsar o Banco Central Europeu.
Tsipras anuncia prioridades
Ao apresentar no parlamento helénico o programa do seu segundo executivo após a vitória por maioria relativa nas legislativas de 20 de setembro do partido da esquerda Syriza, a segunda desde janeiro, Tsipras reconheceu que se inicia um período “difícil” mas em simultâneo “prometedor”, no qual o Governo não apenas deverá aplicar o terceiro acordo de resgate para libertar o país “da supervisão [dos credores internacionais] mas também alterar as coisas para regressar ao crescimento”.
Sublinhou ainda que “apesar de todas as dificuldades é possível alcançar esse objetivo” durante o seu mandato, para que no final o país “tenha deixado para trás a recessão e os memorandos”.
De acordo com o primeiro-ministro grego, um aspeto importante do novo resgate reside na garantia de um quadro financeiro para impulsionar o crescimento e assente em fundos comunitários de 20 mil milhões de euros que permitirão o início de um crescimento económico sustentado.
Tsipras comprometeu-se a aplicar sem atrasos as políticas negociadas com os credores, para concluir rapidamente a primeira avaliação das reformas e poder obter os fundos necessários para recapitalizar a banca e iniciar o debate sobre a reestruturação da dívida.
“Garantir estes objetivos é uma condição para poder regressar ao crescimento”, disse o líder do partido da esquerda grega, para acrescentar que “se tudo correr bem” a Grécia voltará a registar números positivos no primeiro semestre de 2016.
O primeiro-ministro grego prometeu ainda desencadear diversas iniciativas para tornar a economia atrativa para os investimentos sem pôr em causa a coesão social e garantir a proteção do meio ambiente e a valorização dos bens do Estado.
Assegurou ainda que quando for discutido o alívio da dívida, após a aprovação pelos credores da primeira revisão do resgate, o Governo apresentará uma estratégia e propostas claras.
O chefe do Governo grego, que renovou a coligação no poder com os Gregos Independentes (direita soberanista anti-austeridade), precisou que o objetivo consiste em “alargar os prazos de devolução, estabilizar as taxas de juro, obter um período de graça e condicionar o pagamento da dívida ao crescimento económico”.
Tsipras sublinhou que não põe em causa os diversos compromissos do resgate, mas sublinhou que ainda existem diversos segmentos pendentes que o Governo negociará “com firmeza”.
Em concreto, referiu-se à negociação sobre o crédito malparado da banca, e que “lutará” para proteger os inquilinos despejados de suas casas.